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Metas de gestão: o que foi feito um ano depois

Compromissos assumidos por secretarias com a prefeitura através de contratos esbarram na burocracia e em problemas administrativos

Gabriel Huth -

Dos 50 compromissos assumidos pelo governo municipal nas áreas tradicionalmente consideradas prioritárias pela população - saúde, educação e segurança -, 29 foram cumpridos até o momento. Este é o resultado do levantamento feito pelo Diário Popular, com base nas metas presentes nos contratos de gestão firmados entre secretarias municipais e autarquias com a prefeitura. O número representa 58% do prometido nestes setores. Se somados projetos não concluídos, mas que permanecem dentro do prazo, o índice sobe para 68% (embora alguns a própria administração admita que não serão cumpridos a tempo). Ou seja, 32% das ações previstas para já estarem beneficiando os pelotenses não saíram do papel.

Assinados no final de abril do ano passado, os contratos foram justificados como forma de aperfeiçoar e dar transparência à gestão, ampliando a cobrança por resultados. "É a oficialização de um compromisso que cada secretaria está assumindo, não somente com a prefeita, mas com a sociedade", disse Paula Mascarenhas (PSDB), ao estabelecer as metas. No entanto, a sociedade não consegue encontrá-los publicados no site da prefeitura. Aparecem apenas em uma busca na internet, porém em links na página antiga do município. E todos indisponíveis.

Nesta segunda-feira (7), na terça e na quarta o Diário Popular publica um balanço com o que foi cumprido, o que há em andamento e o que ficou para trás nas secretarias da Saúde (SMS), da Educação e Desporto (Smed) e da Segurança Pública (SSP), respectivamente.

Saúde: contratos e burocracia que impedem atendimentos
Alvo permanente de atenção da população - sobretudo a mais pobre - por impactar diretamente na qualidade de vida, a saúde estabeleceu cinco metas a serem cumpridas do ano passado para cá. Todas elas ligadas a ampliações, melhorias e novas estruturas físicas na rede. Apesar disso, apenas uma delas foi entregue: a reformulação da Unidade Básica de Saúde (UBS) da Guabiroba. Além da ampliação, o posto passou a fazer parte da Rede Bem Cuidar, aumentando a capacidade de atendimento.

As mudanças foram sentidas pelos moradores da região, que elogiam o ambiente renovado. Segundo eles, antes da reforma não havia espaço suficiente para quem aguardava atendimento. No entanto, dizem ainda sentir dificuldades para falar com um médico. "O pessoal continua madrugando para tirar uma ficha e conseguir uma consulta", diz a aposentada Maria Antônia Chagas, 66. Relato reforçado pela porteira Bruna Cabana, 27. "O prédio ficou bem melhor, era um cubículo em que as pessoas tinham que esperar na rua. Aumentaram as equipes também, só que o fluxo não melhorou muito."

Se por um lado melhorou - embora persistam as queixas -, por outro velhos problemas permanecem. As UBSs Corrientes e Vila Nova, após problemas com as empresas responsáveis pelas obras, estão em construção. Já a ampliação do posto do Getúlio Vargas ainda nem se iniciou. Mesmo sem dar prazo, a SMS afirma que a licitação está encaminhada e o trabalho deve se iniciar em breve.

Já a maior estrutura prometida pelo município para a saúde, a UPA Bento Gonçalves, ainda não tem definição. "O prédio está em término. Aguardamos posicionamento do Ministério da Saúde para fazer um redimensionamento e esperamos no fim do ano ou início de 2019 estar com ela aberta", indica a secretária Ana Costa. A intenção do município é utilizar o local como UPA do mesmo porte da existente na avenida Ferreira Viana, aproveitando o restante da estrutura - já que o prédio é maior -, como sede do Samu e do atendimento odontológico de emergência.

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